Por que devemos meditar?
Por Sandra Rosenfeld*
Todos ansiamos por harmonia e equilíbrio na esperança de ter paz interior. Um estado de sabedoria para lidar com as situações indesejadas sem perder o controle emocional, sem nos deixar levar por elas. Mas poucos, realmente, buscam esses estados de ser. Sim, porque não basta querer, é preciso ir além e fazer por onde alcançar harmonia, equilíbrio e paz. São estados internos que independem de fatores externos, ou melhor, não são ativados pelo que acontece no mundo à nossa volta.
Ninguém, nem nada podem nos trazer esses estados e muito menos nos manter neles. É ilusão acreditar no contrário. Essa é uma conquista nossa, o caminho é interno. E a meditação é uma poderosa ferramenta para nos guiar por esse caminho.
Vários são os motivos porque a meditação nos permite alcançar e manter o estado de paz. O principal é que ela só acontece num momento: no presente, no aqui e agora. E viver no presente é fundamental para uma vida plena e feliz. É no aqui e agora que, de fato, a vida acontece e onde podemos interagir.
Não conseguimos mudar o que passou e, tampouco, agir no futuro. Podemos aprender com o passado e planejar o futuro, mas sabendo que não há nenhuma garantia de que se concretizará o que planejamos. No entanto, a maioria de nós está sempre com pensamentos no passado ou no futuro e, consequentemente, com nossas emoções também, porque todo pensamento traz com ele um sentimento/emoção que vai resultar em ações. Isso já é motivo de sobra para tirar a nossa paz de espírito, gerando ansiedade e, muitas vezes, sentimentos de inadequação e vazio, além de atitudes impulsivas.
A meditação relaxa ao mesmo tempo em que desenvolve atenção e concentração.
Relaxa à medida que paramos, aquietamos nosso corpo e mente, reduzimos a nossa frequência cardíaca e, aos poucos, vamos fazendo contato com nosso silêncio interior.
Desenvolve atenção e concentração porque, ao meditarmos, estamos atentos à nossa postura e concentrados na técnica utilizada, seja respiração, mantra, contagem, visualização, entre outras.
Se, durante a prática, nos distrair com os pensamentos, não estamos mais meditando. Podemos até estar relaxados, mas não estamos mais em prática meditativa. E, o mais importante, tudo que alcançamos através da meditação levamos naturalmente, sem esforço, para o nosso dia a dia. São mudanças que acontecem de dentro para fora e, portanto, profundas e permanentes.
Com a prática diária da meditação, passamos a perceber o momento presente como a parte real da nossa vida, aquela que faz toda a diferença. Coisas que antes passavam despercebidas na correria da rotina, agora, quando menos esperamos, destacam-se na nossa frente, assim, preenchendo o nosso ser de uma felicidade e paz genuínas, como as flores de uma árvore, um lindo entardecer, o canto de um pássaro, a lua, o sorriso de um amigo, o olhar de quem amamos...
O que é importante de fato retoma o seu lugar: valores, pessoas, o tempo, a vida.
Desse modo, apenas nos permitindo alguns minutos diários em um contato cada vez mais profundo com a nossa essência, trazemos à tona o que temos de melhor e adquirimos a paz que tanto almejamos.
Como diz a música de John Lennon, Instant Karma (We All Shine On): "vamos todos brilhar como a lua, as estrelas e o sol".
* Sandra Rosenfeld é escritora, instrutora de meditação, coach pessoal e palestrante. Autora dos livros "Durma Bem e Acorde para a Vida" e "O que é meditação", Ed. Nova Era/Record. * [email protected]
Crédito - foto chamada: Stock.XCHNG
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