A grama do vizinho parece sempre mais verde. Esta já é uma frase conhecida, até batida. Mas nunca é demais pensar um pouco sobre isso. É importante que a gente reflita para não esquecer jamais que fantasma, cada um tem o seu.
Ter consciência disso nos serve, ou pelo menos deveria servir para nos tornar mais tolerantes com o outro. Mas, o que vemos por aí, em abundância, é intolerância, facilidade de criticar negativamente, apontar, rejeitar...
Ser tolerante tem a ver também com acolhimento e aceitação, inclusive das diferenças. Tem a ver com flexibilidade, jogo de cintura, maturidade e, principalmente, amor. Se até crianças tem os seus fantasmas, imagine nós adultos?!
E afinal o que são esses fantasmas?
Principalmente traumas adquiridos e não resolvidos ao longo da vida. Separações; agressões, todas elas, físicas e verbais na própria pessoa ou em familiares; imposições sem direito a negociação; bullings na escola, e agora já se fala em bullings também no ambiente de trabalho; rejeição; intimidação; traições, todas, de amores, de amigos, de colegas de trabalho, cada uma vai deixando a sua marca.
Os fantasmas são, em resumo, feridas abertas e que aparentemente cicatrizaram, mas basta acontecer algo parecido, que nos remeta, mesmo que inconscientemente, a algum fato que traz um sentimento ou emoção ruim já vivido, que funciona como um dedo tocando a nossa ferida.
Sabendo disso, o que podemos fazer então? Acolher o outro nos seus momentos difíceis, confusos, de indecisões, medos, etc. Com certeza isso muitas vezes não é fácil porque mexe com os nossos fantasmas e então buscamos uma saída rápida daquela situação, seja ignorando, desmerecendo, querendo impor a nossa percepção do fato e até levando para a brincadeira. Mas isso não traz para junto, ao contrário, afasta, inclusive nós de nós mesmos.
Tem uma música do Skank que eu gosto muito: Sutilmente.
Esta é uma parte da letra:
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate,
Dentro de ti, dentro de ti
É uma música que fala de aceitação, compreensão e maleabilidade. É uma música que fala principalmente de amor.
Por Sandra Rosenfeld - escritora, coach pessoal, palestrante e instrutora de meditação.
E-mail: [email protected]
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