Mulheres que estão chegando aos 50 anos devem dobrar os cuidados com a saúde do coração, já que o risco de sofrer um infarto aumenta. Entre as principais causas está a dificuldade feminina em controlar o peso, os níveis de colesterol e a pressão alta. "Tanto a hipertensão como o colesterol alto comprometem os vasos sanguíneos, causando problemas de circulação, principalmente a formação de coágulos", diz Otávio Gebara, médico cardiologista e diretor clínico do Hospital Santa Paula.
Gebara afirma que o processo de envelhecimento aumenta os riscos para diversas doenças, incluindo as do coração. "Os homens têm duas vezes mais chances de sofrer um infarto do que as mulheres. Mas depois do período da menopausa as chances se igualam. A fase mais crítica para as mulheres é depois dos 45-50 anos. Principalmente porque o ritmo acelerado de sua jornada dupla ou tripla acaba afastando a mulher de hábitos saudáveis, como manter uma dieta bem equilibrada, praticar exercícios regularmente, evitar o sal (hipertensão), controlar os níveis de stress e inclusive fazer check up anualmente. Por volta dos 50 anos, em média, ocorre a diminuição dos hormônios produzidos pelo ovário, principalmente o estrogênio. Isso predispõe a maior risco cardíaco."
Entre os fatores que mais contribuem para as doenças cardíacas, o médico destaca tabagismo, obesidade, sedentarismo, hipertensão, diabetes, altos níveis de colesterol e triglicérides, e hereditariedade. "O fator genético é mais um alerta de que a paciente não pode nem deve descuidar da saúde. Mas não é o único - daí a importância de cuidar da saúde sob vários aspectos. Hoje sabemos que 80% do risco podem ser eliminados com mudanças no estilo de vida e/ou medicações. Apenas 20% do risco podem ser atribuídos ao fator genético. Ou seja, a responsabilidade do cuidado e o futuro estão em nossas mãos."
As avaliações de rotina mais importantes para a prevenção do infarto incluem o controle do peso, da pressão sanguínea e dos índices de colesterol. Quando há queixa de cansaço e falta de ar, o cardiologista diz que são necessários testes mais específicos, que vão de um simples eletrocardiograma até os invasivos, como o cateterismo.
Sete sinais de alerta para o coração
De acordo com o doutor Otávio Gebara, é importante prestar atenção em sete sinais, principalmente se a paciente identificar a presença de mais de um deles:
Sensação de opressão no peito;
Dor no lado esquerdo ou no meio do peito - que pode irradiar para o pescoço e para o braço esquerdo;
Suor frio e intenso;
Desconforto acompanhado de tontura;
Desmaio;
Náuseas;
Falta de ar.
Mudanças necessárias
"Quando a paciente adota uma alimentação saudável e perde peso e medidas, acaba se sentindo mais disposta a praticar esportes, caminhadas e outras atividades que contribuem para diminuir a pressão sanguínea e fortalecem o coração. Portanto, o ideal é incluir mais frutas, legumes e verduras no cardápio diário e moderar o consumo de carnes, massas e frituras. O consumo excessivo de álcool também pode ocasionar sérios problemas cardíacos, incluindo derrame cerebral. Já com relação ao fumo, o melhor a fazer é parar definitivamente, já que a nicotina e o monóxido de carbono atingem o sistema cardiovascular, aumentando as chances de infarto", diz Gebara.
Fonte: Dr. Otávio Gebara, Médico Cardiologista e Diretor Clínico do Hospital Santa Paula
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