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Volume morto: Descubra o que é e melhore sua vida

 

Não há dúvidas que estamos enfrentando uma situação em que a escassez de água nos preocupa. Uma coisa é fato: a quantidade de água no planeta é praticamente a mesma desde sua criação. Segundo o ecólogo paulista José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia, nos últimos cinquenta anos, a população mundial triplicou e o consumo de água aumentou seis vezes.

Para entendermos melhor a questão da água, alguns pontos devem ser esclarecidos. O planeta azul, como o nosso planeta também é chamado, possui aproximadamente 3% de água doce, e 97% de água salgada. Do total de água doce disponível, 79% encontram-se na forma sólida, ou seja, são as famosas calotas polares ou geleiras, nos pólos norte e sul. O restante se encontra dividido entre águas subterrâneas e água superficial (rios, lagos, umidade do solo, vapor d’água). Geralmente utilizamos a água superficial de rios, lagos e represas para abastecer grandes cidades.

Em São Paulo, por exemplo, cinco represas abastecem a região norte, dentre elas: Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro. Como as represas se situam em locais de maior altitude com relação à região que abastecem, a água presente nas represas, que são ligadas por tubulações, desce pela força da gravidade, chegando a um local que bombeia a água para uma Estação de Tratamento de Água, no caso a ETA Guaraú. O mesmo princípio funciona para todas demais ETA’s do país. O volume morto, divulgado amplamente na mídia paulista, trata-se da água que fica abaixo dos canos de captação nas represas que abastecem a região. Diante dessa situação, a empresa Sabesp realizou a instalação de bombas hidráulicas a fim de captar a água presente no volume morto. Porém, se a população não se conscientizar e mudar atitudes com relação ao gasto de água, inevitavelmente terá problemas com isso.

Para que o cenário seja mudado em favor de todos, é necessário que, além das chuvas de verão reabasteçam as represas, o cidadão mude o seu padrão de consumo. Algumas medidas simples podem ser tomadas para que haja um consumo consciente, como: diminuir o tempo de banho, já que é um dos maiores indicadores de gasto de água, fechar a torneira ao escovar os dentes e ensaboar a louça, reutilizar a água da máquina de lavar roupas, usar a vassoura, ao invés da mangueira, para limpar calçadas, lavar roupas com a capacidade total da máquina, consertar vazamentos. 

 

Entenda as etapas de tratamento da água

Após ser captada de fontes de água doce, a água deve ser tratada para que passe a ser considerada potável, ou seja, própria para consumo humano.

Floculação – É a primeira etapa em uma estação de tratamento de água. Consiste na adição de sulfato de alumínio, uma substância que faz a sujeira da água se aglomerar, formando flocos de sujeira.

Decantação – Esse é um processo físico que separa o sólido do líquido. Nos tanques de decantação, a água deve ficar em repouso para que os flocos de sujeira, que são pesados, se depositem no fundo dos tanques. Geralmente existe uma pá removedora no fundo dos tanques de decantação, que canaliza a sujeira toda para ser tratada em uma rede de esgoto.

Filtração – Nos tanques de filtração, as sujeiras que não foram eliminadas ficam retidas nos filtros, que geralmente são formados por carvão antracito, areia e cascalho. Esse filtro deve ser limpo constantemente devido à acumulação de resíduos.

Ao final do processo, é feita a adição de cal, que corrige o pH da água, cloro, que elimina bactérias e microorganismos, e flúor. As duas primeiras podem ser feitas também antes da floculação.

 
Por Juliana Carani, Bióloga graduada na Universidade de Brasília 

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