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Espiritualidade e Religiosidade: Aprenda a diferença de cada um

Espiritualidade, dizem alguns, é o meu relacionamento com o mundo, com o outro, comigo e com Deus. Alguns dizem ser o cultivo da presença do espírito, outros que é a manifestação do espírito em nós... ou mesmo um estilo de viver, animado pelo espírito. 

Espiritualidade é a maneira com a qual busco a Deus, e viver a espiritualidade é seguir o exemplo de Jesus Cristo, diria um Cristão. Viver de forma saudável, superando os momentos difíceis da vida, crescendo na fé e vivendo fiel a Deus, mas também existe uma espiritualidade para os budistas, islâmicos, pagãos, hindus. E qual seria a verdadeira espiritualidade?

 

Na verdade, não devemos misturar para não confundir a espiritualidade e a religiosidade. A religião é uma forma, um método de se conectar à Força Divina, que pode ser Alá, Deus, Grande Mãe, Deusa, enfim, dependendo de cada religião. A religião é um método para conseguirmos o "Re-Ligare", ou seja, o ligar-se novamente à essência Divina que é o Todo e da qual fazemos parte, pois dela fomos criados. A Religiosidade é como dizem alguns "uma janela para a espiritualidade". 

 

Mas o que é a espiritualidade, então? No dicionário consta: 

 

"s.f. Característica ou qualidade daquilo que é espiritual: a espiritualidade da alma. Tudo o que possa demonstrar ou ter fundamento religioso e espiritual. Que possui ou revela elevação, transcendência; sublimidade. Teologia. Prática, exercícios devotos que têm por objeto a vida espiritual: livro de espiritualidade. Religião. Característica do que demonstra devoção espiritual; religiosidade.  (Etm. espiritual + i + dade)".

 

Acredito que a espiritualidade é a consciência de que somos um fenômeno transcendente à vida concreta e material, ou seja, o homem não consegue explicar como veio ao mundo, como existe - de onde viemos e para onde vamos. Ter-se consciência de que há uma força maior que rege o universo, e do qual somos uma partícula mínima em meio às outras partículas com várias qualidades parecidas e muito diferentes das nossas, mas que juntos fazemos "funcionar" esse grande conglomerado de energias e entidades que é o Universo. 

 

Viver em função desta consciência de que somos parte destas forças, as quais, muitas ainda nem conhecemos, mas que são percebidas o tempo todo em nosso cotidiano. Isso pra mim é espiritualidade.

Assim, não importa qual a religião escolhemos para seguir, para praticar. Esta escolha somente mostra a nossa empatia com ideias, conceitos e percepções específicas relativas à espiritualidade, que é diferente das vivenciadas em outras religiões, mas que também levam à espiritualidade.

 

Espiritualizar-se é adquirir a compreensão e vivência de que virtudes como: amor, respeito à vida, livre-arbítrio, verdade, beleza, bondade, liberdade, devem ser praticadas e mais que isso, vividas. É a busca do significado para nosso papel nos meios sociais nos quais vivemos: escola, trabalho, sociedade, família, buscando equilíbrio nestas várias dimensões, não se fixando em crenças e modelos fanáticos e materiais de cultos diversos. 

 

A Espiritualidade não depende de rituais -estes são importantes para nosso psiquismo e nos religa aos aspectos simbólicos que nos alimenta enquanto seres psíquicos- mas é uma postura de vida, não levada ao fanatismo de proibições e regras materialistas, mas uma postura vivenciada na consciência do amor, da esperança, da confiança no Todo, na liberdade responsável, na igualdade pela fraternidade etc..

 

Segundo Frei Patricio Sciadini, "A busca da espiritualidade não pode prejudicar a ninguém, mas deve nos ajudar a ser cada vez mais livres da matéria e senhores do nossos instintos". O caminho da espiritualidade não deve ser egoísta, nem tampouco excessivamente "altruísta", deve sim, seguir um equilíbrio natural. Os instintos são os elementos que mais nos causam problemas na vida, caso não os controlemos. Ser escravo dos instintos é levar uma vida voltada aos desejos e, portanto, às drogas, ao sexo, sem regras e sem responsabilidade, à gula desenfreada. 

 

O instinto pode nos controlar, se o deixarmos, e assim se manifesta de forma patológica com efeitos psíquicos como: obesidade pela compulsão, compulsões diversas: às drogas, ao sexo, à comida, a práticas que fazem mal a outros e a si mesmo. Assim, não ser escravo dos próprios instintos é importante, para que se tenha "liberdade". 

 

"fostes chamados para a liberdade" (Carta de São Paulo aos Gálatas). 

 

A autêntica liberdade só é possível a quem se aventure no caminho espiritual. Esse caminho é o caminho do autoconhecimento, do reconhecimento das capacidades e limites de si mesmo e do outro com o qual nos relacionamos, seja ele humano, animal, vegetal, mineral, espiritual, enfim. 

O exercício da liberdade requer responsabilidade e compromisso consigo e com o outro. Não visa buscar a felicidade a todo custo, mesmo que tenha que romper laços familiares, de amor, compromissos com o cônjuge - isso é egoísmo e não traz felicidade. 

 

É possível viver a espiritualidade sem religiosidade? É uma pergunta difícil, pois cada um de nós, desde que busquemos nosso autoconhecimento, poderemos compreender nossos limites para exercer e viver a espiritualidade de forma independente de religiosidade. Os métodos -religiões- estão à disposição para vivermos através deles a verdadeira espiritualidade de forma profunda, basta nos entregarmos.

 

Fonte: Roberto Dantas, terapeuta e espiritualista. Em seu trabalho, utiliza a técnica da Terapia Psico-Espiritualista Sistêmica, que se baseia na parapsicologia, na psicanálise e na espiritualidade para levar o cliente ao seu equilíbrio psico-físico-espiritual-energético, de forma sistêmica.

Fone: (11) 2619.1089, (11) 9-8298.0045, e-mail: [email protected]

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